terça-feira, 4 de maio de 2010

Literatura Infanto-Juvenil

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  2. TÂNIA, ADOREI A POSTAGEM. PARABÉNS!!!!

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  3. CARTA DE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

    O papel da análise literária, e suas múltiplas vertentes, perpassa, obviamente, as questões abordadas pela Literatura Infantil. Que é Literatura Infantil? De que maneira ela deve ser observada e proposta? Qual o papel dessa literatura tão singular?
    A Literatura Infantil não pode ser vista apenas como literatura feita para crianças, ou não se deve imaginar que a literatura denominada infantil deva ser apenas um amontoado de ilustrações com algumas poucas letras na parte inferior da página. Essa literatura tem uma função bastante importante no sentido de que pode formar leitores adequada ou inadequadamente. Todos esses fatores serão observados no decorrer das aulas, partindo, na aula 1, do sentido de leitura e aprendizagem a partir da literatura. Para que o entendimento seja solidificado no sentido de como se vê a leitura na escola, a aula 2 abordará justamente a concepção escolar de leitura. E se há necessidade de que um professor seja antes um leitor, será estudado na terceira aula. Como se dá a formação do leitor e a construção de sentido do texto serão os assuntos abordados nas aulas 4 e 5, respectivamente.
    A leitura também pode funcionar como fator de responsabilidade social e isso é o que será estudado na aula 6. A “arte” e a importância de contar histórias será o assunto da aula 7. Na aula 8, serão observados diferentes tipos de textos, e como se faz o uso do jornal em sala de aula será tema da aula 9. A história da Literatura Infantil será assunto da aula 10, e a história da Literatura Infantil no Brasil, da aula 11. A poesia infantil será abordada na aula 12 e as narrativas de tradição estão divididas nas aulas 13 e 14. Outras formas de narrativa serão o assunto da aula 15, e projetos de literatura na escola serão o assunto da aula 16. A biblioteca escolar e a avaliação dos projetos de formação de leitores serão abordadas nas aulas 17 e 18, respectivamente.

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  5. LITERATURA, LEITURA E APRENDIZAGEM

    Com base na citação abaixo, os alunos devem elaborar alguns questionamentos possíveis numa interpretação de texto, a partir do trecho literário sugerido.

    Se o objetivo do trabalho com a leitura de textos é a constituição de leitores com uma gama variada de habilidades de leitura, de leitores capazes de ler para informar; para estudar e entender o ponto de vista de um autor; para compará-lo com o de outros autores; para buscar e construir novos conhecimentos; para fruir, apreciar e refletir sobre o conteúdo, a estrutura textual ou os recursos de linguagem utilizados; para relacionar o texto lido com outros; para criticar aspectos do texto ou da realidade que retrata etc., o aluno deve ser exposto a textos reais (e não artificialmente construídos, para enfatizarem “um problema de ordem gramatical” ou “temático”). (ABAURRE et al., 1998, p. 10)

    A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.
    Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel.
    Então Fabiano resolveu matá-la.
    [...]
    Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta:
    — Vão bulir com a Baleia?
    [...]
    Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferençavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras.
    Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas sinhá Vitória levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforçou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabeça do mais velho entre as coxas e espalmou as mãos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-se e tratou de subjugá-los, resmungando com energia.
    Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia.
    [...]
    Na luta que travou para segurar de novo o filho rebelde, zangou-se de verdade.
    Safadinho. Atirou um cocorote ao crânio enrolado na coberta vermelha e na saia de ramagens.
    Pouco a pouco a cólera diminuiu, e sinhá Vitória, embalando as crianças, enjoou-se da cadela achacada, gargarejou muxoxos e nomes feios. Bicho nojento, babão. Inconveniência deixar cachorro doido solto em casa. Mas compreendia que estava sendo severa demais, achava difícil Baleia endoidecer e lamentava que o marido não houvesse esperado mais um dia para ver se realmente a execução era indispensável.

    RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 32. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 127-129.

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  6. A CONCEPÇÃO ESCOLAR DA LEITURA

    Com base nos dois excertos, os alunos devem elaborar um texto crítico, no que diz respeito às diferenças lingüísticas e à visão dessas diferentes concepções na escola.

    Excerto 1:
    O professor sabe que:
    A língua, produto do trabalho de sujeitos sócio-histórico-culturalmente marcados, [guarda] as marcas da história da sua constituição, visíveis nas variedades lingüísticas que convivem no espaço (variedades marcadas pela classe/grupo social, pela origem regional, pelo contato maior ou menor com a escrita, pela própria subjetividade) e que se sucedem no tempo (variedades diacrônicas, marcas da variação da linguagem na linha do tempo, e que se pode encontrar convivendo no mesmo espaço, quando, por exemplo, se compara a linguagem usada pelas gerações mais velhas com a linguagem dos jovens). (ABAURRE et al., 1998, p. 5-26)

    Excerto 2:
    A leitura não pode ser cartilhesca, isto é, exercida sobre textos construídos com a finalidade de servir de apoio a atividades e exercícios de língua, que tem uma construção fragmentada, de frases sem coerência e sem sentido, construídas como narrativas primárias, que nada dizem ao imaginário infantil, nem respondem às expectativas desse público.
    É muito freqüente o professor de Séries Iniciais servir-se de textos alheios, utilizando os livros didáticos. Sobre eles, recai a crítica da padronização e da facilitação, uma vez que são criados e executados para atender crianças-padrão, sem levar em conta as diferenças individuais, sociais e regionais. Também é por demais conhecida a padronização das informações e exercícios, muitas vezes sem o devido apoio teórico, numa predileção por jogos e brincadeiras que deixam em segundo plano a aprendizagem mais sistemática e científica. (COSTA, 2008, p. 12)

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  7. A CONCEPÇÃO ESCOLAR DA LEITURA

    Os alunos devem dissertar, a respeito do trecho citado, tendo em vista de que maneira esse tipo de livro didático pode ou não contribuir para a formação do leitor. Ainda, observar se esse tipo de material possibilitaria a intenção do caráter transdisciplinar da leitura, fazendo argumentando sugestões nesse sentido.

    O excerto abaixo faz parte do livro Todas as Letras (Alfabetização), de Marisley Augusto, utilizado na primeira série do Ensino Fundamental*.



    A
    a

    Ana e o anel


    Eu sou a Ana.
    Eu gosto de brinca com meus amigos.




    CIRANDA, CIRANDINHA

    Ciranda, cirandinha,
    Vamos todos cirandar.
    Vamos dar a meia volta,
    Volta e meia vamos dar.

    O anel que tu me deste
    Era vidro
    e se quebrou.

    O amor que tu me tinhas
    era pouco e se acabou.
    Cantiga de Roda

    AUGUSTO, Marisley. Todas as Letras: alfabetização. 3. ed. São Paulo: Atual, 2004.
    * Essa reprodução não é fiel às imagens presentes na edição do livro.

    O trecho foi retirado de um livro didático para a primeira série do Ensino Fundamental, ou seja, para alfabetizandos. Tem como objetivo apresentar a letra “a” para os alunos. Isso acontece através da utilização do símbolo que representa a letra A, e do contato com palavras que começam por essa letra (Ana; anel). Observe a sonoridade da cantiga que “Ana” utiliza para brincar com seus amigos: CirandA, cirandinhA,
    Vamos todos cirandAr.
    Vamos dAr A meiA voltA,
    Volta e meiA vamos dAr.
    [...]

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  8. O PROFESSOR-LEITOR

    A partir de suas próprias experiências de leitura, os alunos devem elaborar um texto, individualmente, levando em consideração a importância dessa formação (e da continuação) para a prática docente.

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  10. gontinuação....

    Não – é muito melhor ser sincero com si próprio. A obrigação de ler os clássicos ou de ler os livros do começo ao fim é tão grande que faz muita gente mentir que leu, até mesmo professores universitários. Instaura-se assim uma mentira coletiva da cultura sem lacunas, de que devemos nos angustiar por não termos tanto quanto poderíamos. Mas não precisamos ter vergonha nem culpa. É melhor praticar a não-leitura ativa, ou seja, admitirmos que não lemos tal obra e, mesmo assim, falar sobre ela.

    Você fala sério quando sugere que a não-leitura seja ensinada nas escolas?
    Eu prefiro não dar conselhos. A idéia do que escrevi é mostrar uma forma leve e divertida de tirar a culpa do leitor por ele não ter lido essa ou aquela obra. Fazer com que as pessoas reflitam sobre a ação de ler, percam o trauma e, mais aliviadas, possam ler mais e livremente. Depois que os livros saíram, dezenas de pessoas vieram me confessar que ficaram mais calmas depois de perceber como ficam culpadas por não ter lido as grandes obras.
    [...]

    (LOIOLA, Rita. Ler não é tão importante. Revista Super Interessante, Rio de Janeiro, n. 225 p. 23-24, abr. 2008)

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  11. continuação

    Não – é muito melhor ser sincero com si próprio. A obrigação de ler os clássicos ou de ler os livros do começo ao fim é tão grande que faz muita gente mentir que leu, até mesmo professores universitários. Instaura-se assim uma mentira coletiva da cultura sem lacunas, de que devemos nos angustiar por não termos tanto quanto poderíamos. Mas não precisamos ter vergonha nem culpa. É melhor praticar a não-leitura ativa, ou seja, admitirmos que não lemos tal obra e, mesmo assim, falar sobre ela.

    Você fala sério quando sugere que a não-leitura seja ensinada nas escolas?
    Eu prefiro não dar conselhos. A idéia do que escrevi é mostrar uma forma leve e divertida de tirar a culpa do leitor por ele não ter lido essa ou aquela obra. Fazer com que as pessoas reflitam sobre a ação de ler, percam o trauma e, mais aliviadas, possam ler mais e livremente. Depois que os livros saíram, dezenas de pessoas vieram me confessar que ficaram mais calmas depois de perceber como ficam culpadas por não ter lido as grandes obras.
    [...]

    (LOIOLA, Rita. Ler não é tão importante. Revista Super Interessante, Rio de Janeiro, n. 225 p. 23-24, abr. 2008)

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  12. A FORMAÇÃO DO LEITOR

    Com base no poema de Olavo Bilac, abaixo transcrito, os alunos devem responder à pergunta sugerida.

    Profissão de Fé
    Olavo Bilac

    Le poète est cise1eur,
    Le ciseleur est poète.
    Victor Hugo.

    Não quero o Zeus Capitolino
    Hercúleo e belo,
    Talhar no mármore divino
    Com o camartelo.

    Que outro - não eu! - a pedra corte
    Para, brutal,
    Erguer de Atene o altivo porte
    Descomunal.

    Mais que esse vulto extraordinário,
    Que assombra a vista,
    Seduz-me um leve relicário
    De fino artista.

    Invejo o ourives quando escrevo:
    Imito o amor
    Com que ele, em ouro, o alto relevo
    Faz de uma flor.
    [...]
    Torce, aprimora, alteia, lima
    A frase; e, enfim,
    No verso de ouro engasta a rima,
    Como um rubim.
    [...]
    Porque o escrever - tanta perícia,
    Tanta requer,
    Que oficio tal... nem há notícia
    De outro qualquer.

    Vive! que eu viverei servindo
    Teu culto, e, obscuro,
    Tuas custódias esculpindo
    No ouro mais puro.

    Celebrarei o teu oficio
    No altar: porém,
    Se inda é pequeno o sacrifício,
    Morra eu também!

    Caia eu também, sem esperança,
    Porém tranqüilo,
    Inda, ao cair, vibrando a lança,
    Em prol do Estilo!

    Esse poema de Bilac remete a uma semelhança com as questões que abrangem a leitura. Que semelhança é essa?

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  13. A FORMAÇÃO DO LEITOR

    Os alunos devem responder à seguinte questão:

    As múltiplas concepções de leitura dão-se a partir de duas vertentes importantes. Explicite-as num pequeno texto dissertativo.

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  14. - A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO DO TEXTO

    A partir da leitura do excerto retirado do livro de estudos (p. 31-32), os alunos devem discutir a interpretação individual do texto sugerido, comparando suas interpretações em suas semelhanças e diferenças.

    Quando tratamos do leitor em sua atividade de produção de sentidos, convém ressaltar que ele o faz a partir de uma combinação de histórias: a sua, pessoal, de sujeito falante e significante e a histórico-social, isto é, submetido aos mecanismos de coerção social determinados pelas instituições (a Igreja, a escola, a cultura, os organismos de poder, a família e outros). Trata-se, portanto, de uma combinação de fatores individuais e coletivos, dinamizados no momento mesmo em que o leitor se defronta com um texto qualquer da cultura.
    Além desses dois importantes fatores, os sentidos vão sofrer ainda a pressão das circunstâncias que estão presentes no ato mesmo de construir sentidos. O modo como o discurso foi construído, isto é, as circunstâncias da enunciação. O modo como foi apresentado: no caso do livro, o objeto em si, o papel, a impressão, as cores, o cheiro, a maleabilidade, o volume etc. As letras (sua forma, tamanho e disposição) a presença ou não de ilustrações (o estilo, as cores, tamanho, combinação de imagens com letras, composição gráfica, o papel e outros mais). Não se pode deixar de mencionar, ainda, a importância que a memória de sentidos, adquirida ao longo da existência e do comércio com textos, interfere na interpretação. Somos seres históricos, isto significa que estamos permeados pelo tempo e pela vida social. Vamos aprendendo a trabalhar com textos e ficamos expostos a seus sentidos possíveis, dos quais atualizamos uns poucos, mas o fazemos, também, com a experiência de outros participantes, de quem fomos recebendo instruções para operar a interpretação. São discursos de outrem que, aliados ao nosso, constituem o interdiscurso e atuam fortemente em nossa atividade interpretativa.

    Apelo
    Dalton Trevisan

    Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
    Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
    Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
    (Disponível em: . Acesso em 22 nov. 2008.)

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  15. A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO DO TEXTO

    : Fixar a compreensão da construção do sentido do texto.

    Os alunos devem elaborar um texto que sintetize as idéias acerca da construção de sentido do texto.

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  16. A LEITURA COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL

    Os alunos devem responder, através de um texto argumentativo, à seguinte pergunta:

    Tendo em vista que a leitura é um fator social, e que, no entanto, uma pequena parcela de pessoas da população tem acesso, ou “entendimento” da leitura, que seria possível fazer para que isso se modificasse?

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  17. Com base na afirmação de Gilberto Dimenstein (1997), abaixo transcrita, os alunos devem responder à pergunta sugerida.

    [...] quero dizer: não há possibilidade de se viver em sociedade sem o desafio da alfabetização. Um desafio particularmente dramático no Brasil, onde temos 20 milhões de pessoas incapazes de escrever um simples bilhete de recado. Os que não conseguem entender e interpretar sequer um texto que acabaram de ler são 60 milhões em nosso país. Repito: 60 milhões.

    Em sua opinião, qual seria a visão da população, em termos gerais, sobre a leitura e seu papel?

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  18. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

    Responder textualmente à questão sugerida.

    Quando crianças são alfabetizadas, é muito comum, ao começarem a escrever pequenos textos, que os iniciem com: “Era uma vez”. Por que isso acontece?

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  19. - A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

    Responder à pergunta:

    Por que a contação de histórias (sua diversidade e as maneiras de fazê-la) é importante, e qual o seu valor?

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  20. TIPOLOGIA TEXTUAL

    Os alunos devem dissertar sobre as tipologias textuais, com base no livro de estudos, e responder à seguinte questão:

    Os textos e a tipologia na qual teoricamente se inserem, são objetos estanques?

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  21. TIPOLOGIA TEXTUAL

    Tendo em vista os tipos textuais propostos por Isabel Solé, no livro de Costa, identificar os textos abaixo propostos e classificá-los. Importa dizer que essa classificação não é pura, pois os diferentes tipos de textos dialogam uns com os outros.

    1) “Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade.” (Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2008)

    2) A obra Os Retirantes, de Candido Portinari, encontra-se exposta no MASP.

    3) alistamento s.m. (1836 cf. SC) 1 ato ou efeito de alistar(-se) 2 inscrição feita por um cidadão perante autoridade pública, ger. para exercer um direito ou cumprir um dever  a. militar mil ato ou efeito de alistar(-se) para o serviço militar, obrigação de todo cidadão brasileiro do sexo masculino que completa 18 anos  etim alistar + -mento; ver list-

    4) Aliste-se no exército, marinha ou aeronáutica.

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  22. O JORNAL EM SALA DE AULA

    Pensando nas diferenças lingüísticas e na dificuldade de inserir a norma culta no ensino de português, os alunos devem elaborar uma justificativa para o uso do jornal em sala de aula.

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  23. O JORNAL EM SALA DE AULA

    Os alunos devem responder à pergunta:

    Uma característica do texto jornalístico é conter unidades informativas completas, sendo, dessa maneira, dinâmicas. Essa intenção do texto jornalístico é observada em várias partes de sua estrutura. Um dos recursos para essa dinamização da informação são os chamados leads. O que são leads? Procure por leads em textos que apresentem essas características, ou desenvolva alguns.

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  24. HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL

    Analisar e descrever as características do texto abaixo, inserindo-a na história da Literatura Infantil.

    O gato e as galinhas
    Esopo
    Chegou até aos ouvidos de um gato que em certo galinheiro as galinhas estavam doentes. Ele se fez então passar por médico e, levando consigo os instrumentos necessários, foi até lá. Ao chegar à porta do galinheiro, perguntou-lhes:
    - Como estão? Elas responderam:
    - Muito bem, desde que dês o fora.
    Por mais que queira passar por bonzinho, o homem mau não engana o homem sensato.

    (Disponível em: .
    Acesso em: 2 dez. 2008)

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  25. HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL

    Os alunos devem cotejar os dois textos, levantando elementos que comprovem a influência, ou o distanciamento, do mais antigo ao mais novo.

    A Cigarra e a Formiga (séc. XVII)
    La Fontaine

    Tendo a cigarra, em cantigas,
    Folgado todo o verão,
    Achou-se em penúria extrema,
    Na tormentosa estação.

    Não lhe restando migalha
    Que trincasse, a tagarela
    Foi valer-se da formiga,
    Que morava perto dela.

    – Amiga – diz a cigarra
    – Prometo, à fé de animal,
    Pagar-vos, antes de Agosto,
    Os juros e o principal.

    A formiga nunca empresta,
    Nunca dá; por isso, junta.
    – No verão, em que lidavas?
    – À pedinte, ela pergunta.

    Responde a outra: – Eu cantava
    Noite e dia, a toda a hora.
    – Oh! Bravo! – torna a formiga
    – Cantavas? Pois dança agora!

    (Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2008.

    Borba, o gato (séc. XXI)
    Ruth Rocha

    Borba, o gato, e Diogo, o cão, eram muito amigos.
    Desde muito pequenos foram criados no mesmo quintal e, assim, foram ficando cada vez mais unidos.

    Brincavam de pegador, de amarelinha e de mocinho e bandido.
    Essa era a brincadeira de que eles mais gostavam.
    Ás vezes, Borba era o mocinho e Diogo o bandido.
    Outras vezes, era o contrário.

    Vocês já ouviram falar que duas pessoas brigam como cão e gato?
    Pois os nossos amigos nunca brigavam, apesar de serem realmente cão e gato.

    De vez em quando, Diogo arreliava um pouquinho Borba, cantando:
    - Atirei o pau no ga-to-to, mas o ga-to-to não morreu-reu-reu...
    Mas o Borba nem ligava e eles continuavam amigos.

    Quando chegou a hora de irem para escola, Diogo, que era um cão policial, resolveu estudar na escola da polícia.

    Borba foi cantar a mãe:
    - Sabe, mamãe? Eu também vou ser policial.
    Dona Gata riu:
    - Onde é que já se viu gato policial?
    - Ora, mamãe, se existe cachorro policial, por que é que não pode haver gato policial?

    Dona Gata explicou:
    - Meu filho, gatos são gatos, cachorros são cachorros.
    Existe gato siamês, gato angorá... existiu até aquele célebre Gato-de-Botas.
    Mas gato policial, isso nunca houve.

    - Mas, mamãe, só porque nunca houve não quer dizer que não possa aparecer um.
    Afinal, é a minha vocação...

    Diogo, todos os dias, trazia exercícios para fazer em casa:
    - Hoje eu tenho que descobrir quem é que rouba o leite da casa de dona Marocas. Você quer me ajudar?

    Borba sempre queria.

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  26. continuação...........

    Mas, cada vez que ia ajudar seu amigo, arranjava uma boa trapalhada...
    Mas o Borba não desistia:
    - Sabe, Diogo?
    Eu tenho escutado uns barulhos muito estranhos, de noite. Deve ser algum ladrão. Vamos ver se a gente pega?

    E os dois saíram, de madrugada, para pegar o ladrão...
    Que não era ladrão nenhum, era só o padeiro!

    A mãe de Borba já estava zangada:
    - Vamos acabar com esses passeios no meio da noite!
    Criança precisa dormir bastante!

    - Mas, mamãe, todos os gatos andam à noite pelos telhados.
    - Isso são os gatos grandes. Você ainda é muito pequeno.
    - Ah, mamãe, assim você atrapalha minha carreira!
    E Borba continuava a treinar para policial.

    E explicava a Diogo:
    - Eu preciso reabilitar a raça felina.
    Em todas as histórias, os ratos são bonzinhos e os gatos são malvados. Veja os desenhos animados.
    Veja Tom e Jerry! É uma injustiça. Eu vou mostrar a todo mundo que os gatos são grandes homens, quer dizer, grandes gatos...

    O tempo passou e Diogo recebeu seu diploma. Ganhou uma linda farda e todas as noites fazia a ronda do bairro:
    - PRIIIUUUUU! PRIIIUUUUU!...

    Borba ainda tinha esperanças de vir a ser um policial e por isso saía sempre com o seu amigo.
    Uma noite, quando vinham passando pela casa do seu Godofredo, viram alguma coisa muito suspeita no telhado:

    - O que é aquilo? – perguntou Diogo.
    - Desta vez juro que é um ladrão.
    - Mas eu não sei subir no telhado.
    Como é que eu faço?
    - Quem não tem cão caça com gato – disse o Borba.
    - Deixa que eu vou.

    E subiu pela calha como só os gatos sabem fazer.
    Aproximou-se do ladrão por trás e ...
    - MIAAAUUUUUU!

    O ladrão levou tamanho susto que despencou do telhado, caindo bem em cima do Diogo.
    O Borba ainda gritou:
    - Cuidado, Diogo!
    Se ele te pega, faz cachorro-quente!

    Mas o ladrão, que era o ladrão de galinhas, estava tão assustado que não conseguiu nem fugir.

    - Está preso em nome da lei! – disse Diogo, todo satisfeito, pois era o primeiro ladrão que ele prendia.

    Borba vinha descendo do telhado, todo orgulhoso.
    Toda a vizinhança aplaudia os dois amigos:
    - Agora podemos dormir sossegados!

    Diogo levou seu prisioneiro para a delegacia e explicou, direitinho, como é que tinha prendido o ladrão.

    O delegado quis logo conhecer o Borba e deu a ele uma condecoração:
    - Parabéns, seu Borba!
    O senhor daria um grande policial!

    Borba piscou para o Diogo.
    E foi admitido na corporação, mesmo sem fazer o curso.

    Afinal, ele já tinha dado provas de ser um bom policial.
    E ganhou o cargo de guarda dos telhados.

    E agora, todas as noites, enquanto Diogo vigia as ruas, Borba cuida do seu setor.

    A rua deles é a mais bem guardada da cidade.

    Pois tem um policial na rua e um no telhado:
    Borba, o gato.

    (Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2008)

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  27. - HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL

    Os alunos devem responder à questão sugerida.

    Até o início do século XX o Brasil ainda não havia, por diferentes motivos, produzido uma Literatura Infantil de fôlego. As obras que existiam eram escassas e traziam uma visão estereotipada da criança. Em 1921, Monteiro Lobato lança Narizinho Arrebitado. Sua obra foi considerada uma espécie de subversão da linguagem. Por quê?

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  28. HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL

    Responder à questão proposta.

    Nos anos 1960 e 1970 do século XIX, depois do “advento” da obra de Monteiro Lobato, começa-se a pensar a Literatura Infantil no Brasil a partir de moldes diferentes. Como isso ocorre e quais os reflexos desse pensamento para a Literatura Infantil hoje?

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  29. TIPOLOGIA DOS TEXTOS LITERÁRIOS: POESIA INFANTIL


    Os alunos devem responder à questão sugerida.

    Por que é possível dizer que o mundo da criança é passível de aproximação aos textos poéticos?

    Os alunos devem analisar o poema proposto, no sentido de buscar elementos que se identifiquem com o mundo da criança, justificando essa identificação.

    O ar (o vento)
    Vinicius de Moraes

    Estou vivo mas não tenho corpo
    Por isso é que não tenho forma
    Peso eu também não tenho
    Não tenho cor

    Quando sou fraco
    Me chamo brisa

    E se assobio
    Isso é comum

    Quando sou forte
    Me chamo vento

    Quando sou cheiro
    Me chamo pum!

    (In: MORAES, Vinicius de. A Arca de Noé – Poemas Infantis. São Paulo: Companhia das Letras, 1991)

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  30. TIPOLOGIA DOS TEXTOS LITERÁRIOS: AS NARRATIVAS DE TRADIÇÃO – I

    Os alunos devem justificar, dissertativamente, a seguinte afirmação:

    É possível afirmar que as narrativas de tradição possuem um caráter maniqueísta.



    Os alunos devem responder à questão proposta.

    As narrativas primordiais (de tradição) possibilitam a representação de três diferentes mundos (segundo Nelly Novaes Coelho). Elabore um texto que trate dessas representações, comentando quais são esses mundos, e em que tipo de narrativas eles se apresentam.

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  31. - TIPOLOGIA DOS TEXTOS LITERÁRIOS: AS NARRATIVAS DE TRADIÇÃO – II

    Os alunos devem responder ao enunciado proposto.

    Com base no livro de estudos, e na classificação de Contos Maravilhosos e Contos de Fadas, sugira duas diferentes histórias maravilhosas e dois contos de fadas. A partir daí, busque no capítulo 14 trechos que ilustrem os acontecimentos dessas histórias, e os motivos dessa classificação.


    Os alunos devem responder ao enunciado proposto.

    Existe uma concepção consolidada de leitura psicanalítica acerca da Literatura Infantil, que a trata sob diferentes aspectos. As leituras e conclusões acerca do funcionamento da mente humana, feitas a partir dessa análise, é uma grande vertente dos estudos literários. Entretanto, seria possível conceber somente essa leitura, feita por um adulto especializado, se considerarmos os aspectos de formação de leitor?

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  32. - OUTRAS FORMAS NARRATIVAS

    Os alunos devem responder ao enunciado sugerido.

    As narrativas tradicionais influenciam e dialogam com outros tipos de narrativas infantis que vêm surgindo ao longo do tempo. Um dos recursos utilizados nas narrativas contemporâneas em busca do efeito de sentido é a quebra de expectativa. Sugira um trecho de texto literário que apresente esse efeito.
    Os alunos devem eleger uma narrativa tradicional e apontar títulos de narrativas contemporâneas que dialoguem com a narrativa de tradição, assim ilustrando sua retomada

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  33. PROJETOS DE LEITURA NA ESCOLA

    Os alunos devem identificar as abordagens adequadas à intenção de formar um bom leitor, crítico e habituado

    Responder à questão:

    Como devem ser implementados projetos de leitura na escola para que obtenham efetividade?

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  34. A BIBLIOTECA ESCOLAR

    Os alunos devem refletir acerca da afirmação abaixo, escrevendo um texto que dialogue com ela.

    Parece que hoje a biblioteca escolar ou pública, vem sendo difundida e anunciada, no sentido de que é um espaço de leitores. Porém, pouco tempo atrás, a biblioteca da escola era local de castigo. Mau comportamento: biblioteca. Era proibido tocar nos livros, o horário de atendimento restrito, impossibilidade de empréstimo, acervo irrelevante, entre muitas outras dificuldades. Será que hoje a biblioteca mudou? Qual sua opinião a respeito? Qual seria a biblioteca ideal?

    Os alunos devem responder à questão:

    Como surgiram as bibliotecas, e como se tornaram o espaço que são hoje?

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  35. A AVALIAÇÃO DOS PROJETOS DE FORMAÇÃO DE LEITORES

    A partir da afirmação abaixo, os alunos devem elaborar um texto que venha a corroborá-la.

    O leitor ingênuo é simplesmente ator. Quero dizer que, num folhetim ou num romance policial, procura o reflexo dos seus sentimentos imediatos, identificando-se logo com o protagonista ou herói do romance. Isto, aliás, se dá mais ou menos com qualquer leitor, diante de qualquer livro; de modo geral, nós nos lemos através dos livros.
    Mas no leitor ingênuo, essa lei dos reflexos toma a forma de um desinteresse pelo livro como obra de arte. Pouco importa a impressão literária, o sabor do estilo, a voz do autor. Quer divertir-se, esquecer as pequenas misérias da vida, vivendo outras vidas. [...]
    Mais tarde, se há o gosto permanente da leitura, o leitor ingênuo perde a faculdade quixotesca de se encarnar nos heróis romanceados, fazendo da sua vida uma esforçada imitação da arte. Com um pouco de disciplina literária, aprende a se desinteressar da pura intriga, já que não salta sobre os capítulos, na pressa de conhecer o seu destino, pois para ele, agora viajar é mais interessante que chegar. [...]
    Por isso mesmo, o exercício da leitura, que parece uma simples forma do prazer artístico, pode ser interpretado como necessidade de simpatia humana e de compreensão psicológica. A leitura me parece uma escola de boa vontade.

    (In: MEYER, Augusto. Textos Críticos. São Paulo:


    Os alunos devem responder à questão abaixo proposta.

    A formação de leitores é responsabilidade apenas do professor? Quais os passos para desenvolver um bom projeto de formação de leitores?

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  36. TEXTOS COMPLEMENTARES

    Texto 01 – GÊNEROS TEXTUAIS NA ESCOLA
    Referência: COSTA, Iara Bemquerer. In:REVISTA LETRAS, Curitiba, n. 66, p. 177-189, maio/ago. 2005. Editora UFPR.

    A escola é, tradicionalmente, o espaço onde os falantes têm seus primeiros contatos sistemáticos com alguns gêneros textuais, especialmente os escritos. Schneuwly e Dolz (2004, p. 75-76) ressaltam, apropriadamente, que, na sua missão de ensinar os alunos a escrever, a ler e a falar, a escola, forçosamente, sempre trabalhou com os gêneros, pois toda forma de comunicação – portanto, também aquela centrada na aprendizagem – cristaliza-se em formas de linguagem específicas. A particularidade da situação escolar reside no seguinte fato que torna a realidade bastante complexa: há um desdobramento que se opera em que o gênero não é mais instrumento de comunicação somente, mas é, ao mesmo tempo, objeto de ensino-aprendizagem.
    As propostas de ensino mais recentes, que atribuem à produção de texto um papel nuclear no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula, procuram criar situações autênticas de uso de gêneros textuais diversos e/ou simular situações que se aproximem dos contextos de circulação dos gêneros tomados como objeto de ensino-aprendizagem. Buscam com isso reproduzir na escola, ainda que parcial e artificialmente, a relação intrínseca que cada gênero tem com o contexto sócio-comunicativo em que surgiu e se desenvolveu historicamente. Essas propostas enfatizam a necessidade de levar para a escola uma grande diversidade de gêneros textuais, a partir de textos reais, e de explorar didaticamente as características dos diversos gêneros e a relação entre uns e outros.
    Esta inovação tem ampla circulação nas discussões acadêmicas e nas orientações dos documentos oficiais. Mas a amostra de textos produzidos nas escolas públicas que examinamos, e que pressupomos representativa de grande parte do ensino de língua vigente no Brasil hoje, mostra a permanência de uma perspectiva tradicional, que, conforme Schneuwly e Dolz (2004, p. 76-77), opera uma inversão ao lidar com o desdobramento dos gêneros textuais enquanto instrumentos de comunicação (prefiro interação) e objetos de ensino-aprendizagem:
    No desdobramento mencionado, é produzida uma inversão em que a comunicação desaparece quase totalmente em prol da objetivação, e o gênero torna-se uma pura forma lingüística, cujo domínio é o objetivo. Em razão dessa inversão, o gênero, instrumento de comunicação, transforma-se em forma de expressão do pensamento, da experiência ou da percepção. O fato de o gênero continuar a ser uma forma particular de comunicação entre alunos e professores não é, absolutamente, tematizado; os gêneros tratados são, então, considerados desprovidos de qualquer relação com uma situação de comunicação autêntica. Nessa tradição, os gêneros escolares são os pontos de referência centrais para a construção, por meio dos planos de estudo e dos manuais, da progressão escolar, particularmente no âmbito da redação/composição. Seqüências relativamente estereotipadas balizam o avanço através das séries escolares, sendo a mais conhecida e canônica, que pode, entretanto, sofrer variações importantes, a “descrição – narração – dissertação”, gêneros aos quais vêm se juntar, em certas épocas históricas, a resenha, o resumo e o diálogo.

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  37. continuação.............

    Os textos que examinamos refletem o conceito peculiar de gênero textual, que circula tradicionalmente na escola, construído por meio da inversão denunciada por Schneuwly e Dolz. Reconhecemos, nessas produções, amostras dos gêneros escolares que representam, conforme autênticos produtos culturais da escola, elaborados como instrumentos para desenvolver e avaliar, progressiva e sistematicamente, as capacidades de escrita dos alunos (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 77). A gradação subjacente ao ensino da narração, descrição e dissertação tem como ponto de partida uma atribuição de graus de dificuldade diferentes à realidade que os textos espelham.
    Concebidos como representação do real, os tipos de texto teriam seu grau de complexidade determinado pela complexidade inerente ao mundo representado. A descrição corresponde à representação de indivíduos, objetos e cenários; a narração representa a atuação de personagens em seqüências de eventos. A escola considera que a realidade representada por esses gêneros é simples e, por essa razão, recomenda sua exploração didática desde as Séries Iniciais até o quarto ciclo do nível fundamental (8.ª série). Por outro lado, a dissertação estaria ligada à representação do pensamento e do raciocínio, uma realidade mais complexa e sua exploração didática é, normalmente, prevista para os níveis de ensino mais avançados, especialmente para o Ensino Médio. Na concepção escolar tradicional de gêneros textuais, não se evidencia a relação dos textos com as práticas sociais. Por outro lado, atribui-se à produção de textos um papel de instrumento de avaliação que aprofunda ainda mais a distância entre os gêneros dentro e fora da escola. Os textos produzidos no contexto escolar seriam instrumentos tanto para a avaliação do desenvolvimento cognitivo dos alunos quanto do seu domínio das normas da escrita.

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  38. TEXTO 02 – O TEMPO PARA A LEITURA: SUBJETIVIDADE E LITERATURA INFANTIL
    Referência: LEÃO, Liana de Camargo. In: DIÁLOGO EDUCACIONAL, Curitiba, v. 7, n. 20, p. 43-50, jan./abr. 2007.

    No princípio era o verbo. Em grego “_____” (logos) que quer dizer palavra escrita ou falada; só a partir da filosofia de Heráclito, “_____” passou a ser razão, princípio racional. O logos grego engloba, portanto, vários sentidos: verbo, palavra, razão, e também proporção, medida, e ainda “uma história convincente, um argumento em ordem”. Porém, antes de se referir a um conhecimento do mundo, logos se refere a um pensamento interior que ganha expressão externa em palavras.
    Portanto, retomando: no princípio, era a palavra. A palavra ainda balbuciada. A palavra da mãe em forma de gesto, como o corriqueiro gesto de trocar as fraldas. A palavra da mãe em forma de olhar: o contato visual, quente, afetivo ou frio, distante, vazado. O verbo ainda está na regência... materna.
    O verbo ainda conjugado em forma de choro, no som que faz o balanço do berço, o verbo como acalanto, cantiga de ninar.
    Depois, o verbo se conjuga como brincadeira vocal: as primeiras vocalizações que já têm aspecto silábico – “má”, “mu”; as reduplicações de sílabas – “ba-ba”, “ma-ma” – e as silabações já com valor de frase – “papá” –para “quero comer ...agora”.
    É o mundo da linguagem, portanto, o mundo das repetições, dos refrões, das aliterações, das onomatopéias – triiim, pingue-pongue, miau, tiquetaque, zunzum, ploft, fonfom, piu-piu. É um mundo o qual Aristófanes (445 a.C.- 386 a.C.), maior representante da comédia grega antiga, recupera em sua peça As Rãs, onde faz uso de palavras que, no grego original, imitam o som de rãs.
    E, porque a infância é um período curto, hoje ainda mais encurtado por um “adolescer” precoce das crianças, muito cedo intimadas a entrar no mundo do erotismo e do consumo, das unhas e lábios pintados, das roupas justas e insinunates, mais do que nunca é preciso recuperar a magia – a magia das rimas, das cantigas de roda, das parlendas e advinhas, dos contos de fada e da literatura.
    No ouvir e contar histórias que exercitam o ouvido, histórias que não passam pela exploração visual da sexualidade como nas novelas de tevê, a criança é apresentada aos elementos básicos da narrativa e da poesia. É apresentada às

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  39. continuação.....

    estruturas de enredo tradicionais, com começo, meio e fim, ou às estruturas como a de As Mil e uma Noites, caixas-chinesas de histórias-dentro-de-histórias; é apresentada aos finais humorísticos e abertos como quando a narrativa é interrompida abruptamente e ansiosa, a criança pergunta: “E daí?” E a resposta vem cantada: “E daí nessa confusão estourou a guerra China com Japão”.
    A criança é iniciada ao mundo das metáforas: desde as mais populares e gastas, o lugar mais comum, por onde todo mundo um dia passou: o amor é uma rosa, sem dúvida. Mas rosa também é nome de mulher, é flor, é cor, é Guimarães Rosa e é também parte do amor de Julieta e seu Romeu:
    Julieta: O que há num nome? O que chamamos rosa,
    Com outro nome seria igualmente doce.
    E assim, Romeu chamado de outra coisa
    Continuaria a ser sempre perfeito
    Mude o nome, Romeu, e em troca dele,
    Que não é você, fique comigo.
    (Shakespeare, Romeu e Julieta, ato III.)
    Ou para as crianças que mais tarde frequentarão a poesia modernista “uma rosa é uma rosa, é uma rosa”, como escreveu, em 1913, Gertrude Stein. É no período da infância que a linguagem em toda a sua força criadora e ainda não subjugada inteiramente pela gramática pode “pintar o sete”, pode “pintar o caneco”, inventando e inventariando o mundo, como quem ouve e vê e fala pela primeira vez e pode cunhar neologismos: “Mãe, to apertada. Quero ir ao vaso solitário.”
    Na história da Literatura Infantil é o vitoriano Lewis Carroll (1832-1898) – aliás, o Reverendo Charles Lutwidge Dodgson, solteirão excêntrico e tímido, de rosto assimétrico e ombros de alturas diferentes, que por quase cinqüenta anos ministrou chatíssimas aulas de matemática e lógica na Universidade de Oxford –, um dos primeiros a captar e recriar poeticamente e com humor as vozes infantis que desafiam a lógica e as regras da linguagem: “Ás vezes, antes do café da manhã, eu já acreditei em mais de seis coisas impossíveis.” (grifos meus). Carroll pode propor deliciosos neologismos como em “Me deram como presente de des-aniversário. [em inglês, “un-birthday present”.] Carroll nos deixou, entre muitos outros diálogos incríveis, este, entre o vaidoso ovo Humpty Dumpty, orgulhoso de seu nome, e a pequena Alice:
    – Não fique aí falando sozinha desse jeito – Humpty Dumpty disse, olhando para ela pela primeira vez – melhor me dizer seu nome e atividade.
    – Meu nome é Alice, mas…
    – É um nome bem idiota! – interrompeu Humpty Dumpty sem paciência.
    – O quê significa?
    – Um nome precisa significar alguma coisa? – Alice perguntou em dúvida.
    – Claro que precisa! – Humpty Dumpty disse com um risinho – Meu nome significa meu formato, aliás um formato muito elegante! Com um nome como o seu, você poderia ser praticamente de qualquer formato. (Alice através do Espelho, Capítulo 16)

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  40. continuação....

    Logo na abertura de Alice no país das maravilhas, Carroll convida o leitor a passar ao mundo do faz-de-conta junto com a sua Alice, seguindo o Coelho Branco, que é “extraordinário”, não porque fale ou porque esteja atrasado, mas simplesmente porque carrega um relógio no bolso do colete! Não havia nada de tão extraordinário nisso [em ver um Coelho Branco de olhos cor-de-rosa correndo apresssado]; nem Alice achou assim tão esquisito ouvir o Coelho dizer consigo mesmo: “Ai, ai, ai! Vou chegar atrasado demais!” (quando pensou sobre isso, mais tarde, ocorreu-lhe que deveria ter ficado espantada, mas na hora tudo pareceu muito natural); mas quando viu o Coelho tirar um relógio do bolso do colete e olhar as horas, e depois sair em disparada, Alice se levantou de um pulo, porque constatou subitamente que nunca tinha visto antes um coelho com bolso de colete, nem com relógio para tirar de lá, e, ardendo de curiosidade, correu atrás dele, ainda a tempo de vê-lo se meter a toda pressa numa grande toca de coelho debaixo da cerca.
    No instante seguinte, lá estava Alice se enfiando na toca atrás dele, sem nem pensar de que jeito conseguiria sair depois.
    [...]
    Ou o poço era muito fundo, ou ela caía muito devagar, porque enquanto caía teve tempo de sobra para olhar a sua volta e imaginar o que iria acontecer em seguida. Primeiro, tentou olhar para baixo e ter uma idéia do que a esperava, mas estava escuro demais para se ver alguma coisa.
    [...]

    Caindo, caindo, caindo. A queda não terminava nunca? Quantos quilômetros será que já caí até agora? – disse em voz alta. “Devo estar chegando perto do centro da Terra.” (Alice no País das Maravilhas, capítulo 1)
    Hoje, somos todos um pouco como o Coelho Branco de Alice: atrasados, apressados, correndo atrás do tempo, um tempo que nos escapa, um tempo, que nos queixamos sempre, não nos permite ler.

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  41. TEXTO 03 – DO LEITOR
    Referência: MEYER, Augusto. In: _____. Textos Críticos. São Paulo: Perspectiva. 1986.

    Ler um livro é desinteressar-se a gente deste mundo comum e objetivo para viver noutro mundo. A janela iluminada noite adentro isola o leitor da realidade da rua, que é o sumidouro da vida subjetiva. Árvores ramalham. De vez em quando passam passos. Lá no alto estrelas teimosas namoram inutilmente a janela iluminada. O homem, prisioneiro do círculo claro da lâmpada, apenas ligado a este mundo pela fatalidade vegetativa do seu corpo, está suspenso no ponto ideal de uma outra dimensão, além do tempo e do espaço. No tapete voador só há lugar para dois passageiros: leitor e autor.
    Os rumores do momento não conseguem despertar o sonâmbulo encantado, a caminhar sem vacilações sobre o fio invisível da fantasia. Descobriu, pela mão do autor, outro mundo, sublimado e depurado, e dentro dele alguém gritou: terra! terra! Volveu a si mesmo.
    O leitor ingênuo é simplesmente ator. Quero dizer que, num folhetim ou num romance policial, procura o reflexo dos seus sentimentos imediatos, identificando-se logo com o protagonista ou herói do romance. Isto, aliás, se dá mais ou menos com qualquer leitor, diante de qualquer livro; de modo geral, nós nos lemos através dos livros.
    Mas no leitor ingênuo, essa lei dos reflexos toma a forma de um desinteresse pelo livro como obra de arte. Pouco importa a impressão literária, o sabor do estilo, a voz do autor. Quer divertir-se, esquecer as pequenas misérias da vida, vivendo outras vidas desencadeadas pelo bovarismo da leitura. E tem razão. Há dentro dele uma floração de virtualidades recalcadas que, não encontrando desimpedido o caminho estreito da ação, tentam fugir pela estrada larga do sonho. No fundo, o João mais resignado pensa como os seus demônios: ou César, ou nada!
    A leitura, nesse caso, será um anestésico dos complexos de humilhação e parece dizer, como o nosso poeta:

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  42. continuação....

    Vou-me embora pra Pasárgada
    Aqui eu não sou feliz.
    No leitor ingênuo, é mais acentuada a dissociação entre realidade e fantasia. O mundo presente, complexo de sensações importunas, mal consegue romper o círculo da sua concentração. A posição incômoda na cadeira, o peso do livro, todos os tropeços que estorvam a abstração da leitura, não sacodem o distraído nem despertam o dorminhoco. Está roncando o seu lindo sonho
    O tipo representativo do leitor ingênuo é o devorador de romances que salta capítulos inteiros para chegar ao fim e saber de uma vez qual foi o prêmio do herói, se o moço casou com a moça e o dedo de Deus castigou o mau. De tal modo se identificou com o herói, passando a viver da sua existência sublime, que deseja saber o seu destino como quem quer desvendar o próprio futuro. Ele, simples João, é o conde de Monte-Cristo. Agigantado, corre nas suas veias outro sangue, mais generoso. Enquadra na grande aventura as suas desventuras. Os olhos ávidos, arrastados linha a linha, página a página, pelo galope da fantasia, estão dizendo: esta é a verdadeira vida, a outra não passa de um pesadelo. Inconscientemente, repete o gesto simbólico de Rubião em Quincas Borba - com uma coroa de brisa, ele próprio se coroa rei.
    A imaginação, velha dueña experiente que protege os amores da vida e do sonho, não é aquela "folle du logis" proverbial. Bem sabe que tudo depende do contrato entre o cinismo e a esperança. Vende ilusões. Cobra caro, às vezes, mas quem poderá pagar uma ilusão? Quando Alonso Quijano deixou de ler os livros de cavalaria andante, amargou saudades de si mesmo.
    E aí está o exemplo clássico da identificação do leitor com a personagem fictícia. Alonso Quijano enganchou-se à garupa dos cavaleiros andantes e tentou viver as suas leituras. Aos quinze anos, quem já não foi mosqueteiro de Dumas, perdendo, porém, o penacho aos primeiros desmentidos da realidade?
    Relendo, por volta dos quarenta, os romances devorados na adolescência, quando o mundo é enorme e parece inesgotável a disponibilidade da fantasia, compreendemos a importância da educação sentimental contida nos livros de ficção.
    O que predominava no leitor monstruoso que já fomos um dia, era a delícia de criar, acima da realidade, um ambiente de refúgio, onde tudo palpitava de uma vida mais intensa. A larva dos desejos, dos incertos e impuros desejos, vestia as asas do sonho, e abrir o livro era liquidar os cuidados importunos, cortando qualquer nó de um só golpe, ao simples virar das folhas.

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  43. POSTADO PELA ALUNA TÂNIA TURMA PEDAGOGIA - 742

    Tânia disse...
    Monteiro Lobato

    Suas obras encantaram diversas gerações, servindo as escolas como apoio na alfabetização, fazendo parte de debates nas salas de aula; por tratar-se de temas diversos, com linguagem simples tinha plena aceitação, pois todos viajavam através de suas histórias onde a realidade e a fantasia conviviam de forma harmoniosa, e através de suas palavras á ética, a moral e bons costumes eram repassadas aos alunos, pois um de seus objetivos era a formação de cidadãos conscientes de seu espaço na sociedade.
    Nos dias presentes, uma dolorosa constatação invade os cultores da obra de Monteiro Lobato: malgrado a atualidade da esmagadora maioria de suas obras, o escritor vem sendo paulatinamente preterido pelas novas gerações. A explicação dos que se dedicam a examinar o fenômeno é simples: uma distorção faz com que se acredite que a linguagem, os enredos elaborados e os textos relativamente longos de Lobato não seriam muito bem assimilados pelas crianças de hoje, na faixa dos seis a dez anos, aproximadamente, muito mais fascinadas pelas novidades eletrônicas e pela rapidez da imagem televisiva. Aos que ultrapassam essa faixa etária, o centro de interesse não mais giraria em torno dos assuntos tratados nos livros do autor de “Caçadas de Pedrinho”. Nesse vácuo e sob esse equívoco que leva à preterição de sua obra, Monteiro Lobato perde-se. É lido cada vez menos, malgrado as tentativas de promovê-lo Sintomático é que as obras infantis de Lobato são reconhecidas como expoentes de boa literatura, vendem relativamente bem, mas não são lidas com a freqüência que seria desejável. Alguns educadores alegam que as crianças mudaram radicalmente e não conseguem despertar o interesse nelas; acredito que na verdade os professores nao sabem como lidar com os “novos” alunos, que necessitam de maiores desafios, de uma maneira nova de visualizar estas obras de arte.

    11 de maio de 2010 05:10

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  45. Monteiro Lobato

    Suas obras encantaram diversas gerações, servindo as escolas como apoio na alfabetização, fazendo parte de debates nas salas de aula; por tratar-se de temas diversos, com linguagem simples tinha plena aceitação, pois todos viajavam através de suas histórias onde a realidade e a fantasia conviviam de forma harmoniosa, e através de suas palavras á ética, a moral e bons costumes eram repassadas aos alunos, pois um de seus objetivos era a formação de cidadãos conscientes de seu espaço na sociedade.
    Nos dias presentes, uma dolorosa constatação invade os cultores da obra de Monteiro Lobato: malgrado a atualidade da esmagadora maioria de suas obras, o escritor vem sendo paulatinamente preterido pelas novas gerações. A explicação dos que se dedicam a examinar o fenômeno é simples: uma distorção faz com que se acredite que a linguagem, os enredos elaborados e os textos relativamente longos de Lobato não seriam muito bem assi milados pelas crianças de hoje, na faixa dos seis a dez anos, aproximadamente, muito mais fascinadas pelas novidades eletrônicas e pela rapidez da imagem televisiva. Aos que ultrapassam essa faixa etária, o centro de interesse não mais giraria em torno dos assuntos tratados nos livros do autor de “Caçadas de Pedrinho”. Nesse vácuo e sob esse equívoco que leva à preterição de sua obra, Monteiro Lobato perde-se. É lido cada vez menos, malgrado as tentativas de promovê-lo Sintomático é que as obras infantis de Lobato são reconhecidas como expoentes de boa literatura, vendem relativamente bem, mas não são lidas com a freqüência que seria desejável. Alguns educadores alegam que as crianças mudaram radicalmente e não conseguem despertar o interesse nelas; acredito que na verdade os professores nao sabem como lidar com os “novos” alunos, que necessitam de maiores desafios, de uma maneira nova de visualizar estas obras de arte.

    Tânia Pancinha

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  46. QUERIDA ALUNA TANIA,

    ADOREI A POSTAGEM!

    BJS

    ATT.

    TUTORA CLAUDIA

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