terça-feira, 4 de maio de 2010

C.I - Comunicação/Arte na Educação Cécilia A. Noronha)
















9 comentários:

  1. Pequenos artistas
    Chega de casinhas com chaminés. A criatividade aparece quando você investe no trabalho com desenhos na creche e na pré-escola
    Tatiana Achcar

    Quando eu tinha 15 anos, sabia desenhar como Rafael, mas precisei de uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças." A frase do artista
    espanhol Pablo Picasso (1881-1973) - referindo-se ao pintor renascentista Rafael Sanzio (1483-1520) - demonstra a importância de valorizar a riqueza
    artística nata dos pequenos. "É comum a idéia de que o desenho é uma ação espontânea da criança e que, portanto, não precisa ser desenvolvido",
    afirma a psicóloga Mônica Cintrão, da Universidade Paulista, em São Paulo. Num outro extremo está o uso de figuras infantilizadas produzidas por
    adultos, como elefantes com lacinhos, reduzindo o aprendizado em Artes a atividades de colorir.
    O resultado dessa prática aparece desde o início do Ensino Fundamental. Muitas crianças afirmam que não sabem desenhar. Na hora da atividade,
    apresentam trabalhos estereotipados, traçando casinhas com chaminé e árvore no jardim, montanha com sol poente, gaivotas e homens-palito. Esses
    mesmos desenhos vão segui-las pela vida toda.
    No livro Arte na Sala de Aula, Rosa Iavelbeg, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, aponta que os desenhistas têm idéias próprias
    sobre o que fazer e são elas que regem suas ações e interpretações. O desenho não é simplesmente a representação do mundo visível, mas uma
    linguagem com características próprias, que envolve decisões individuais e de culturas coletivas. "Ao ter isso em mente, o professor evita enquadrar os
    estudantes em visões parciais e deformadas sobre os atos de desenhar e de ler desenhos."
    Quando o desenho é desenvolvido na Educação Infantil (leia o quadro desta página e os das próximas), não ocorre o empobrecimento do grafismo, que,
    de acordo com alguns autores, se dá a partir dos 9 anos. O "cultivo" envolve informação e intervenção do professor e a interação do aluno com a
    produção dos colegas, com o meio natural e cultural e com a prática de artistas.

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  2. Santiago de Compostela, ambos em São Paulo. A professora Rosângela Barbosa Ferreira de Medeiros, da João Paulo II, planeja seu trabalho de forma
    que os alunos desconstruam o mito de que não sabem desenhar. "Quero que valorizem suas idéias e que não se submetam ao desenho figurativo só
    para agradar ao adulto."
    De acordo com Rosa Iavelberg, cabe ao professor articular as práticas das crianças ao valor da arte na vida e na sociedade, às técnicas existentes e ao
    conceito de desenho. Para isso, Mônica Cintrão defende a importância de conhecer as transformações do desenho infantil (leia o quadro As etapas do
    grafismo na página ao lado). Essas informações ajudam a avaliar e a planejar as intervenções que devem ser feitas durante todo o ano letivo.
    Diferentes materiais
    Para agir de forma produtiva, o professor precisa ter consciência sobre o que os pequenos devem aprender. Assim, pode se guiar pelas fases dos
    desenhos e pelas práticas criativas das crianças. Para começar, é importante ampliar o conceito de desenho. "Ele não é uma linha de contorno que
    representa um objeto. É ação sobre uma superfície que produz algo para ser visto", explica Rosa.
    Durante as aulas, é preciso criar constantemente situações em que a criança desenhe sobre o tema que quiser e experimente vários materiais - lápis,
    tinta, giz de cera, carvão - e diversos suportes - papel, chão, areia, parede...
    A avaliação dos trabalhos também vai determinar a evolução das futuras produções artísiticas. Por isso, é necessário valorizar o desenho de todos e
    dialogar com os alunos sem impor o juízo estético adulto. Perguntar "o que é isso?" aos pequenos ou pedir que eles contem a história do desenho não é
    recomendável. "Isso induz a criança a tentar interpretar o desenho e a dar nome a traços que não foram feitos com a preocupação de serem nomeados.
    É preferível pedir que a criança fale do seu trabalho", diz Rosa.
    Guarde as produções de cada estudante numa pasta e retome-as depois numa roda de apreciação. "Não importa se faz tempo que o desenho foi
    produzido. Mostrá-lo cria referência de que ele foi feito por alguém e pertence a um conjunto de obras", explica Rosa. Tudo isso contribui para a turma
    deslanchar e começar a elaborar traços mais criativos e bem compostos. Para que o trabalho tenha sucesso, é importante envolver os pais. É comum
    eles quererem ver as tais figuras desenhadas por adultos e coloridas pelos filhos na pasta de atividades no final do bimestre. Por isso, na próxima
    reunião, explique a importância do desenvolvimento criativo.
    Mundo colorido
    Gilvan Barreto

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  3. Crianças de 4 anos geralmente já têm noção de espaço e desenham dentro do limite da folha, mas ainda não estabelecem uma escala de tamanho nem
    conhecem bem as cores. Uma árvore inteira pode ser pintada de verde e ser do tamanho de uma flor.
    Para que os pequenos ampliem seu universo pictórico e percebam a diversidade de tons, formas e tamanhos, Nilciane Azamor Souza, professora da
    escola Gente Miúda, os leva para o parque. "Peço que prestem atenção nos detalhes das folhas, das flores, do tronco e da raiz e no tamanho da árvore
    em relação a outras plantas." Em classe, ela sugere que eles lembrem do que foi visto e pintem com guache e pincel.
    Isso estimula a capacidade de reproduzir o que viram e permite perceber que o material e o suporte influenciam o desenho.
    O que se vê
    Gilvan Barreto

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  4. Estimulada pela professora Rosângela, a turma de 5 anos da Escola Papa João Paulo II desenvolve a percepção eo desenho dos detalhes do rosto.
    Tocando-se, os pequenos vão percebendo a textura dos cílios, o contorno da boca, o traçado das sobrancelhas e as curvas das orelhas. Eles também
    observam a própria imagem no espelho e capricham nos detalhes ao desenhar cada uma dessas partes do rosto. Na hora de fazer o desenho de
    observação, um colega vira modelo ao se colocar dentro de uma moldura. Atento à representação que os colegas fazem dele, alerta que está faltando a
    orelha, que seu nariz não é assim etc. Um intervém no desenho do outro e, nessa troca, todos aprendem.
    Garatujas
    Reprodução
    No início do ano, as turmas da escola Santiago de Compostela que completam 2 anos no período letivo desenham garatujas desordenadas e rabiscos
    aleatórios que extrapolam o limite do papel. Todos os dias, durante dois meses, a professora Beatriz Massini Tartalho incentiva a prática do desenho com
    lápis de cor e grafite, giz de cera e caneta hidrocor. Desenhando e observando o trabalho dos colegas, a criança percebe o limite da folha e ordena as
    garatujas. "Quando o tema é livre, os pequenos fazem movimentos ampols e desordenados, sem pensar na figura. Se o tema é bicho, eles começam a
    imaginar uma imagem e desenham formas mais definidas", diz Beatriz. Logo, estão dando nome aos desenhos.
    Reprodução

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  5. Alimento estético
    Gilvan Barreto
    A professora Rosângela leva para a sala de aula reproduções de arte de qualidade de diversas épocas e lugares. Escolhe bons artistas, valoriza os
    contemporâneos e dá preferência às cópias com boa definição. O material fica na caixa de imagens, guardada sobre uma bancada, ao alcance de todos e
    ao lado de lápis, giz, canetas hidrocor e papéis de vários formatos, tudo separado por cores. Toda semana, ela atualiza o cantinho da apreciação, um
    cartaz com fotos de rostos recortados de revistas e cartões- postais com obras contemporâneas e auto-retratos de artistas como Vincent van Gogh
    (1853-1890), Pablo Picasso e Joan Miró (1893-1983). É para lá que as crianças vão sempre que têm vontade ou sentem necessidade de buscar uma
    referência enquanto desenham.
    Arte comentada

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  6. Gilvan Barreto
    Na roda de apreciação, aparecem descobertas individuais e coletivas sobre a arte que todos estão produzindo. Alguns dias após terem feito um desenho,
    as crianças da turma da professora Rosângela sentam-se em círculo para explicar o que observaram no próprio trabalho, fazer comentários sobre o
    desenho dos colegas e relacionar as obras com as figuras que viram na caixa de imagens. A professora dá chance a cada um deles de falar sobre sua
    produção, sem atribuir valor estético. Assim, todos vão construindo um repertório pictórico.
    Aprimorar o desenho...Teoria
    As etapas do grafismo*
    As fases a seguir se sucedem, mas a idade em que elas se manifestam varia
    De 2 a 4 anos - Garatuja
    Desordenada - Movimentos amplos e aleatórios que não respeitam o limite da folha.
    Ordenada - Os rabiscos seguem o limite do papel.
    Reprodução

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  7. Nomeada - Os rabiscos ganham nome: papai, nenê, mamãe.
    Reprodução
    De 4 a 6 anos - Pré-esquema
    Boneco girino - Tem início o desenho da figura humana, com braços e pernas que saem da cabeça. Mais adiante, os membros saem do corpo.
    Exagero - Não há proporção nem perspectiva. As figuras são grandes ou pequenas demais.
    Omissão - Faltam partes do corpo ou do rosto. Um braço pode ser mais comprido que o outro

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  8. Justaposição - As figuras são misturadas na folha, sem linha de base (chão e céu). Não há organização espacial. O sol pode surgir na parte de baixo.
    Reprodução
    *de acordo com Viktor Lowenfeld (1947-1977)
    Fonte: Avaliação Escolar do Desenho Infantil: Uma Proposta de critérios Para Análise, tese de Mônica Cintrão
    Possibilita a expressão pela linguagem pictórica, além da oral e escrita.
    Mostra o valor da arte na vida e na sociedade.
    Evita o empobrecimento gráfico e a produção de trabalhos estereotipados.
    Bibliografia
    Arte na Sala de Aula - Cadernos da Escola da Vila 1, Zélia Cavalcanti, 80 págs., Ed. Artmed,
    Para Gostar de Aprender Arte - Sala de Aula e Formação de Professores, Rosa Iavelberg, 128 págs., Ed. Artmed

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  9. Reflexão - retorno do pensamento sobre si mesmo, com vista a examinar mais profundamente uma ideia, uma situação, um problema e etc...


    Crítica - é uma função de comentário sobre determinado tema, geralmente da esfera artística ou cultural, com o propósito de informar o leitor sob uma perspectiva não só descritiva, mas também de avaliação.
    O crítico não pode apresentar uma avaliação puramente subjetiva, mas também deve apresentar descrição de aspectos objetivos que dêem sustentação a seus argumentos.

    Resumindo Reflexão Crítica -
    É preciso ler o texto, fazer um comentário sobre ele destacando coisas q vc concorda ou discorda explicando o pq vc concorda ou discorda apresentando argumentos em suas explicações .

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